REVISTA TATAME: Me lembro que os navios japoneses quando chegavam aqui no Brasil, pela praça Mauá, os japoneses chegavam perguntando sobre a família Gracie e diziam que queriam treinar com o campeão e o seu Hélio falava que primeiro eles teriam que treinar com um aluno e se ganhasse, poderiam treinar com o campeão, aí ele botava para treinar com o João Alberto, que passava o carro neles, então nunca treinavam com o Carlson porque o João ou Hélio Vigio sempre passaram o carro. Eu parei um período, porque casei, depois senti necessidade de estudar, eu era professor de Jiu-Jitsu na Funabem, nós falávamos Judô, mas era Jiu-Jitsu que ensinávamos. Não existiam campeonatos, eram disputas entre academias, eram intercâmbios, nunca campeonatos. Aí o Carlson me pedia dois ou três alunos bons, eu tinha o Orlando Saraiva que era um que se sobressaía, ele ganhava sempre, era muito difícil perder. O Carlson falava tanto dos meus alunos que um dia o Hélio falou: "traz esses alunos do Paquetá aqui", aí eu levei, daí botaram o Rolliszinho contra o Orlando Saraiva, em uma bobeada o Orlando fez ele bater.
Oswaldo Paquetá: O Hélio ficou pê da vida e chamou o Rolliszinho lá dentro e mandou o treino continuar, todos continuaram e quando chegou uma hora depois, o Hélio voltou com o Rolliszinho e pediu para botar os dois novamente, só que o Orlando já estava cansado, o que não tira o mérito do Rolliszinho, que demorou um pouco mais, mas ganhou do Orlando, ficando no empate. Em 1968 eu fiz um campeonato de Jiu-Jitsu na Funabem, lutaram alunos do João Alberto, da academia Gracie, meus alunos e quem foi campeão foi a academia Barradas, que ficava na Riachuelo, eu fiquei em segundo lugar e a academia Gracie havia levado poucos alunos e perdeu, mas isso era o de menos, a intenção era movimentar o Jiu-Jitsu.